O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado em 21 de março em referência ao Massacre de Shaperville, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.
Fonte: Wikipédia
A globalização é hoje um facto em vários dominios, social, económico e político. Progressos imensos tem sido conseguido, mas comunidades mais frágeis continuam a ser relegados para a miséria e pobreza. A questão que se coloca é se a globalização é benéfica ou não?
Tudo leva-me a crer que uma globalização regrada trará vantagens para todos.
No que toca à discriminação racial, como tem sido defendido, a globalização terá que chegar à mente das pessoas. Portanto uma globalização mental.
Mensagem de Irina Bokova
Diretora-Geral da UNESCO
18.03.2011
O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. O Dia internacional pela Eliminação da Discriminação Racial de 2011 é uma oportunidade para todos renovarmos o compromisso de defender e promover esta ideia fundamental.
A Convenção Internacional sobre a Eliminação da Discriminação Racial tem sido aceita quase universalmente pelos Estados, mas a necessidade de lutar contra a discriminação continua forte como sempre. O mundo está mudando diante de nossos olhos. A humanidade está mudando mais do que nunca. As sociedades estão se tornando mais complexas. A diversidade não é uma opção, mas uma realidade em todo o mundo. Porém, o aumento da proximidade não se traduz em maior entendimento. Em muitos países, indivíduos e comunidades ainda sofrem as injustiças do racismo.
A discriminação racial é um estreitamento do mundo, que reduz nossa humanidade e obscurece a realidade do nosso destino comum. Ela cria as bases para tensões e desconfianças que levam a conflitos. Há muito em jogo. O tecido da sociedade é facilmente rasgado, e muito difícil de ser remendado.
Tolerância não basta. A aceitação passiva da diferença não é suficiente. A igualdade em dignidade e direitos de cada indivíduo deve ser mantida como ponto de partida para todas as ações, e ser a medida do seu sucesso. Para tanto, é necessário um diálogo baseado no respeito. É preciso entender a riqueza que a diversidade nos traz. Isso significa que todas as vozes devem ser ouvidas, e todos os indivíduos devem ser incluídos.
A UNESCO foi criada para promover os princípios democráticos de dignidade, igualdade e respeito mútuo dos homens e mulheres por meio da cooperação internacional nas áreas de educação, ciências, cultura e comunicação. A UNESCO visa eliminar a discriminação racial, promovendo o conhecimento e o entendimento como base de melhores interações, diálogos e respeito. Estas metas sustentam todas as nossas atividades.
Durante este Ano Internacional dos Afrodescendentes (2011), a UNESCO leva adiante seu trabalho sobre a história das Rotas de Escravos, aprofundando o apoio à educação em direitos humanos.
A Coalizão de Cidades da UNESCO contra o racismo é um exemplo de ação inovadora contra a discriminação em um mundo cada vez mais urbano. Graças à coalizão, grandes cidades em todos os continentes estão criando programas que promovem o entendimento entre culturas, buscando incluir todos os indivíduos na vida da comunidade.
Eventos diários mostram que dignidade e igualdade ainda são aspirações das pessoas em todo o mundo. O Dia Internacional pela Eliminação da Descriminação Racial de 2011 é uma oportunidade de renovar nossos esforços para proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Estas são as bases para sociedades saudáveis e Estados fortes.
Estes são os alicerces para uma paz sustentável e o desenvolvimento no século XXI.
Irina Bokova
18.03.2011
Fonte : UNESCO Office in Brasilia
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